terça-feira, 22 de abril de 2008


Já dizia o texto Sunscreen, " NÃO SEJA LEVIANO COM O CORAÇÃO DOS OUTROS,NÃO ATURE GENTE DE CORAÇÃO LEVIANO."... Engraçado como é difícil seguir um conselho tão válido... Não sou, em nenhum momento leviana com o coração alheio, mas o meu está por aí chutado pelos outros como uma boneca de trapos velha.


Luta... É no fim das contas é uma luta... Eu quero crescer sob os meus princípios e coisas que eu acredito q tenho esperança de conseguir... Eu quero encontrar um caminho profissional, tenho tantos sonhos que meu caminho se divisa em inúmeras bifurcações.


Eu quero alguém que me ame do jeito que eu sou, e quero amá-la também, eu quero um, não, três filhos lindos que já tem nomes...


Eu quero tanta coisa que eu acho que nem se eu me dividisse em quatro eu conseguiria sozinha...


Eu preciso do teu apoio... Mesmo que não saiba disso...


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Suzana Cloud

Outro dia eu estava sentada bem no meio do mundinho da nuvem roxa e em meio aqueles brumosos algodões acabei adormecendo.
A brisa levou-nos e o Sol que outrora nos banhava já havia nos deixado a tempos. Uma luz prateada incidia através das minhas pálpebras cerradas. Os olhos abriram e me deparei com uma Lua cheia e um céu purpúreo pontilhado de estrelas.
Olhei para baixo para ver onde estava. Eu sabia que sobrevoava um lugar que me dava solavancos estomacais em nada relacionados com a altura. Sorri, mas não desci... Para ser sincera, não planejara chegar aé ali... Acomodei-me confortávelmente na nuvem fofa e joguei os braços atrás da cabeça para olhar o céu. Uma estrela cadente riscou o púrpura celeste. Fechei os olhos e fiz um pedido... O mesmo de sempre.
Pedi ao vento que me levasse de volta pra casa, mas como todo sábio, ele soprou frio a ondular meus cabelos, farfalhar minha capa e os cadarços do meu All Star roxo, oniciente do que se passava no meu coração.
- Ora essa! Não vou até lá.
Outra vez o frio cortante entrou pelo buraco da manga comprida do sobretudo.
- Está bem! Mas saiba que terá que secar minhas lágrimas outra vez quando voltar!
Pisando forte, peguei um pequeno pedaço da nuvem com ar contrariado e desci perto do Largo das Magnólias, caminhei até o extremo da travessa e ainda encoberta pelas sombras mirei para o outro extremo da calçada. Ao piscar para melhorar a visão, os encontrei. Era um noite fria de sábado e eu sabia que estariam ali, mas com um solavanco de contentamento não o vi. Encostei-me na parece fria aliviada e sorrindo.
Atravessei a rua com minha capa roxa farfalhando as minhas costas e quando entrei no Javali Saltitante, um Pub de aspecto abandonado, a sineta da porta tocou.
- Suzana! Está atrasada!
- Ora! Cheguei na hora que deveria. Clouds se deixam levar pelo vento. Você sabe bem disso Jolie.
- Sim eu sei. Mas me dá um abraço!
Outras pessoas me cumprimentaram. Clouds, controladores de nuvem, eram muito admirados... Ainda mais de nuvens roxas.
No lugar que me sentia em casa, com os melhores amigos que alguém poderia desejar, boa bebida e risada, eu já havia esquecido do meu problema quando ele entrou no bar.
Alto e esguio, os cabelos em pé, vestia negro como sempre de óculos escuros mesmo na calada da noite, sorrindo enigmaticamente para mim.
O coração subiu pela garganta e o estômago convulsionou incomodamente. Tentando manter a calma eu via seus passos vagarosos até nossa mesa.
- Oi Jolie.
- E aí Adario. Como vai?
- Winds estão sempre com o céu... Boa noite Suzana... Pensei ter visto um ajuntamento de nuvens roxas contigo adormecida em cima...
- Sim, acabei adormecendo. Mas quando acordei não avistei você próximo aos meus domínios.
- É realmente útil ter algumas habilidades para se camuflar.
- Então andou me espionando?
- Espionar é uma palavra forte... Digamos que andei te admirando.
- Acho que Tâmisa não gostaria de ouvir isso... - Porém não pude refrear um sorriso.
- Sei bem disso.
A noite transcorreu e minha alegria evaporou logo depois... A atitude fria e indiferente de Adario voltara.
Despedi-me dos outros, mas puxei Jolie a um canto.
- Vem comigo...
- Mas..?
- Vem!
Coloquei o capuz puxando Jolie pelo braço ela colocou o dela. Atravessamos até a travessa escura.
- Jolie, eu sei o que você é. E preciso da sua ajuda. Eu sei o que você fez comigo e agora precisa fazer o resto do trabalho.
- O que você quer dizer com isso?
- Não se faça de tola, Jolie. Eu sei.
- Certo. Mas meus poderes não funcionam com o Adario e você... Bom, para dizer a verdade, Su... Não fiz nada... Apesar dos meus poderes, nada fiz a ti. Sabes que tenho-te muito apresso.
- Então o que é isso, Jolie!?
- É o que você sente.
Eu via minha cara de espanto estampada nos olhos acinzentados dela, via meus olhos harpianos e minha pele celeste refletidas nas pupilas dela.
Vendo meu desespero ela pronunciou-se.
- Farei todo o possível, nem que tenha que começar por outro ângulo.
Não havia mais nada a ser dito. Dei-lhe um abraço e com um pequeno estalo e um pouco de fumaça bordô ela se foi. Puxei meu apito, um apito de prata forjado pelos pequeninos, com um silvo baixo chamei a nuvem.
Já nas alturas o vento brincou no meu rosto.
- Ok, ok... Você estava certo...
E ele me levou de volta ao lar depois daquela noite planos fervilhavam na minha mente. Não poderia deixar de pensar no que Jolie faria... Mas confiava nela. Tâmisa talvez fizera tudo para brincar com meus sentimentos... Veríamos como Jolie brincaria com os dela.

Continua...