terça-feira, 3 de junho de 2008

Verbos

Fazia frio. Eu estava sob as cobertas, aquecida e confortável. Hipocrisia falara que pensava nas pessoas que passam frio na rua... Refletia sobre assuntos particulares e, para o mundo, menos importantes.
Em algum momento dos meus devaneios, chegou a periferia dos meus pensamentos reflexões sobre um verbo. Um verbo que pode ter duas formas, uma transitiva indireta e outra intransitiva. Para ser mais específica, pensava no modo intransitivo do verbete.
Um verbo intransitivo quer dzer que ele possui sentido completo, sem necessitar de complemento. Verbos como chorar, amar, andar... e prestar...
Eu fiquei pensando como prestar é relativo. Cheguei a conclusões engraçadas... Analisando pessoas que prestam demais, percebi que elas se divertem pouco... Então prestar bastante está fora de cogitação...
Verificando com pessoas que não prestam, pude perceber que quem não presta tem a consciência pesada... Então não prestar também está fora de cogitação.
Então eu pensei mais e percebi que prestar é muito relativo... Há quem diga que eu não presto... Engraçado. Se eu não me apaixono por você, sendo empático, você gostaria que eu fosse sincera ou que ficasse contigo por pena?
O outro lado sempre vê as coisas de um prisma favorável a si e não ao que é verdade. Se eu falo a verdade eu sou uma egoísta sem coração e/ou escrúpulos... Se eu fico por dó eu sou uma egoísta sem coração e/ou escrúpulos...
Bom, a verdade pela mentira, eu prefiro a verdade, mesmo que no fim eu receba esse tipo de rótulo.
Então cheguei a dois pontos finais sobre esse verbo tão complexo... Primeiro, devemos prestar de forma que consigamos dormir a noite e nos divertirmos durante o dia... Segundo só vou prestar, de agora em diante, com quem merecer.
Depois uma incrível nostalgia tomou conta da minha cabeça, passado... Eu fechava os olhos e ouvia "Wind"... Me lembrava daquela tarde na praia... Da praça da igreja... Da paineira e de amigos que eu queria ter de volta... Daquele futuro brilhante que eu via a minha frente... Sem horizonte ou limite.
O brilho se foi contigo lá pro céu... E hoje és uma estrela bonita, a mais bonita.
Minha cabeça está pesada... Tantas tristezas, incertezas, confusões e contusões cardíacas... Preciso fugir disso um pouco... O verbo fugir é transitivo indireto... Mas não vou dizer o complemento... Eu quero sumir como a fumaça dos meus cigarros...



"Quem procurar não vai me achar... Já encontrei o meu lugar..."

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